Diretor destaca mudanças implantadas nos últimos anos na casa prisional
Marcel Lovato
Quem passa pelos arredores do Presídio Estadual de Encantado, especialmente à noite, nota que o espaço conta com nova iluminação e está em obras. As intervenções fazem parte de uma série de medidas implementadas pela gestão nos últimos anos. Além das reformas, o objetivo é tornar uma referência estadual em “Tratamento Penal”. Atualmente, são 93 apenados.
De acordo com o diretor do presídio, Patrick Sbardelotto, a meta já foi atingida no Vale do Taquari e se baseia em três grandes pilares: saúde, trabalho e educação. Em relação ao primeiro, o gestor destaca a ampliação da unidade básica, que está em andamento. A infraestrutura é completa para os tratamentos de rotina, bem como preventivos.
No âmbito do ensino, a casa prisional conta com estrutura para os níveis fundamental e médio, cuja implantação ocorreu nos últimos anos. E também ao superior à distância. Patrick explica que um apenado cursa Administração e a ideia é ampliar este número nos próximos meses.
Os interessados podem realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja aplicação é feita no próprio presídio. Entre os passos seguintes, estão a introdução do ensino profissionalizante e a realização de ciclos de palestras voltadas à qualificação.
Incentivo ao trabalho
Conforme Patrick, um termo de cooperação firmado com uma empresa local em 2023 possibilitou que parte dos apenados possa trabalhar e ser remunerado. Até o fim do ano, outro acordo deve ser fechado, possibilitando que metade dos presos estejam empregados. O diretor destaca que a intenção é abranger as oportunidades.
Internamente, os apenados desempenham uma série de atividade, divididos em grupos. Desde a produção do próprio pão até a construção de casinhas para cães e agora também pássaros. Em paralelo, são cultivadas variedades de hortaliças e verduras para o consumo próprio, com doação do excedente para diferentes entidades, além da jardinagem.
Há, ainda, um atelier de costura, no qual os presos confeccionam os próprios uniformes, lavanderia e outras salas de trabalho. Conforme Patrick, a mão de obra prisional também foi importante no ápice das cheias recentes, seja no auxílio à remoção de entulhos e limpeza ou na produção de marmitas.
“Por questões culturais, as pessoas associam o presídio a algo negativo, algumas mostram desconforto até com a localização central. Mas queremos mostrar que muita coisa boa é feita aqui dentro. Se trabalha, se produz. Temos uma equipe engajada. Vamos além de apenas “evitar rebeliões”, salienta o diretor.
Renovação
As reformas, anteriores ou a atual, contemplam a reorganização de toda a parte administrativa, bem com a pintura externa e a troca do telhado. Além da própria iluminação frontal e lateral, foram instalados refletores, barras de led e luzes nas calçadas internas e jardim, o que contribui tanto para a fotossíntese das plantas quanto para ampliação da segurança geral. Tais mudanças são consideradas primordiais, visto que o prédio do presídio foi construído em 1951 e parte dele mantém as características originais.