Retomada completa do serviço depende do início de reformas. Contudo, falta dinheiro
Um senhor questiona a reportagem: “Sabes quais são os horários para Lajeado”? Esta é apenas uma das tantas dúvidas que pairam sobre a rodoviária encantadense. Desde maio, quando a enchente chegou a seis metros e provocou danos significativos no prédio, a estação está de portas fechadas. Há funcionamento apenas nos boxes – com a venda das passagens direto com os motoristas – e na lanchonete junto ao prédio.
A situação é tão preocupante que motivou a proprietária Lenice da Rosa Fiel a abrir uma vaquinha para reformar a estrutura de pelo menos 55 anos. Iniciada há um mês, a ação possui a meta de arrecadar R$ 30 mil. Entretanto, até o início da semana, apenas R$ 302 haviam sido doados. Enquanto isso, o prazo estipulado para a reabertura se aproxima.
Conforme Lenice, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) determinou que o espaço esteja minimamente apto para atender o público até o dia 1º de outubro. A princípio, a data-limite seria o último domingo, 1º, mas o pedido de extensão foi aceito. Nos últimos meses, representantes fizeram duas inspeções ao local.
Entre as principais intervenções, estão a pintura, revestimento do teto, videomonitoramento e a reforma dos banheiros. No feminino, falta até porta. 80% da parte elétrica já foi refeita e a hidráulica totalmente restabelecida. “O Daer argumenta que não pode ajudar porque outras rodoviárias também foram atingidas. Aí teria de fazer o mesmo com todos”, explica Lenice.
Sobrevivência
Diante desse panorama, o futuro é uma incógnita. Lenice garante que existe o interesse pela reabertura, seja da qual for a maneira, mesmo sem auxílio externo. Cogita até mesmo um financiamento para garantir, ao menos, o início dos reparos. A execução dos trabalhos abriria espaço para autorização do Daer. Caso contrário, a concessão assumida há cerca de quatro anos poderá ir para nova licitação.
Até março, a estação recebia entre 9 e 12 mil passageiros por mês. Segundo Lenice, a rodoviária fica com 11% do valor da passagem. O restante vai para as empresas. Mesmo com essa disparidade, era possível manter todas as atividades, inclusive com o pagamento de dois funcionários e de uma taxa de “serviço” no valor de R$ 600 ao Daer. “Depois de Lajeado, a nossa era a melhor. A Rodoviária de Encantado é uma referência regional. Estamos falando também de uma cidade turística! Então, não podemos ficar sem esse serviço essencial”, defende.
Alternativa
Um caminho vislumbrado para otimizar a estrutura era ceder uma sala para a Prefeitura, a partir de uma parceria, e direcionar o foco do ambiente ao turismo. Lenice acredita, inclusive, que as vans rumo ao Cristo Protetor poderiam sair da própria rodoviária. E não do Parque João Batista Marchese. Questionada, a Prefeitura informou que estuda formas de contribuir com a manutenção do serviço, mas alega falta de condições para ajudar financeiramente. O Daer, por sua vez, confirmou as declarações de Lenice e que “acompanha a situação da rodoviária para encontrar a melhor solução”.
Saiba mais
Atualmente, a Rodoviária de Encantado possui linhas intermunicipais para Roca Sales Muçum, Lajeado, Arroio do Meio, Guaporé, Vespasiano Corrêa e Porto Alegre. Há também particulares para cidades como Relvado, Putinga e Nova Bréscia. Os horários seguem limitados. A expectativa é de que esse cenário melhore, por completo, somente quando a ponte da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio for concluída.
Como auxiliar? – Box
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