Protagonista do Vale nos últimos meses, estrada experimenta temporada de desafogo, mas seguem os problemas
A “Ponte do Exército”, erguida pelo 3º Batalhão de Engenharia de Combate (3º BE Cmb), de Cachoeira do Sul, sobre o Rio Forqueta entre Lajeado e Arroio do Meio, se tornou uma nova alternativa para ligar o Vale do Taquari. Aberto no dia 11 de agosto, o tráfego é permitido para todos os tipos de veículos (leia mais no Jornal Antena). Desta forma, caminhões, carretas e ônibus, antes exclusivos à ERS-129, também podem fazer a travessia. Diante desse panorama, o JRS conferiu como está o trânsito na rodovia que Roca Sales a Colinas.
Centro das atenções rodoviárias desde a queda das pontes de Ferro e da ERS-130, a 129 passa por uma fase de transição. Conforme o motorista e funileiro Roberto Carlos Cardoso, que trabalha à margem da estrada, o caos observado ao longo dos últimos meses, com congestionamentos e alto fluxo, diminuiu de forma gradual. Não houve mais registros diários de caminhões atolados ou atravessados na pista. Portanto, o caminho até as cidades vizinhas está mais rápido. Em média, até uma hora a menos para chegar à BR-386 nos horários de pico.
“Falta muito”
Embora seja um alento, o cenário é insuficiente. Morador da divisa entre Roca e Colinas, próximo à Fazenda Lohmann, o pintor Ilton Dannebrock analisa que o trânsito menos intenso traz certo sossego, por conta da redução do barulho. “Agora, a missão é se acostumar com o mínimo de tranquilidade. Parece bobagem, mas nossa rotina mudou a ponto de comemorarmos algo tão básico”, comenta. Com o conhecimento de quem sempre viveu na região, estima o um trânsito 10% acima do normal.
Se há momentos maiores de silêncio, sem a passagem de qualquer carro, outras deficiências do trecho seguem evidente, tais como os buracos de profundidades variadas e a densa poeira característica do trecho de chão batido. Nesse sentido, Dannebrock entende ser a hora ideal para o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) acelerar os trâmites para pavimentação nos 6 km restantes e até a recuperação onde há asfalto. Segundo ele, a melhora definitiva vai ocorrer apenas quando sair do papel.
Cobrada pela comunidade, com direito protestos recentes, a obra foi prometida pelo Secretário Estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, reiteradas vezes. Especialmente nos últimos meses. Procurado pela reportagem, o titular da pasta garantiu o começo do asfaltamento até o fim de 2024 e finalização no próximo ano. Mas preferiu não comentar as manifestações.
Transporte Intermunicipal
Nem tudo mudou no tráfego. Uma prova é o transporte intermunicipal. Ainda com os horários reduzidos em função dos problemas logísticos, as empresas mantém a utilização da ERS-129. A Bento Transportes, que agregou linhas da Azul, é uma delas. São utilizados veículos adaptados para o trecho.
Conforme a empresa, a rodovia seguirá a rota adotada pelo menos nos próximos dias porque as condições da estrada à Ponte do Exército, sobretudo, em território lajeadense, não são ideais para a trafegabilidade. A avaliação é de potenciais riscos mecânicos e segurança aos passageiros.